Camisa de vênus
História
A banda foi formada
em 1980 quando Marcelo Drummond Nova, que trabalhava na rádio
Aratu em Salvador, conheceu Robério Santana, que
trabalhava na TV Aratu.[1] Conversando
sobre música os dois descobriram que tinham gostos em comum e decidiram montar
uma banda. Marcelo Nova seria ovocalista e Robério Santana o baixista.
Robério resolveu chamar seu amigo Karl Franz Hummel para assumir a guitarra base
e este, por sua vez, chamou seu amigo Gustavo Adolpho Souza Mullem para
tocar bateria.[2] Se
juntou ao grupo o guitarrista solo Eugênio Soares.
Nos ensaios, as
pessoas que compareciam diziam que o som da banda era muito incômodo. Por isso,
Marcelo Nova sugeriu o nome de Camisa de Vênus, por achar preservativo uma
coisa muito incômoda.[3]
Após duas
apresentações em Salvador, Eugênio Soares sai do grupo e Gustavo Mullem, que
queria tocar guitarra solo, chama Aldo Pereira
Machadopara assumir a bateria.[2] Esta
seria a formação que tocaria junta até o primeiro fim da banda, em novembro de 1987.
Com a realização de
alguns shows na capital baiana, uma pequena gravadora local, chamada NN Discos, se interessa pela banda e
chama-os para gravarem um compacto, com a possibilidade de gravarem um álbum.[1] A
banda grava duas músicas em Salvador: Controle Total e Meu Primo Zé. O lado A continha uma música
"chupada" de Complete Control do The Clash,
mas com uma letra que falava da vida na Bahia. Já o lado B era
composto de uma versão da música My Perfect Cousin do The Undertones.
O compacto foi lançado em julho de 1982.[4]
Após o compacto, a
gravadora decide dar a oportunidade deles gravarem um álbum. Entretanto, com o
sucesso de outras bandas do incipiente rock nacional dos anos 80 -
o primeiro compacto daBlitz é
de 1982, assim como o dos Paralamas do Sucesso e o do Kid Abelha,
a Som Livre se
interessa em lançar nacionalmente o álbum. Então, Marcelo Nova é chamado para
uma reunião com os executivos da gravadora Som Livre, Heleno de Oliveira e João Araújo,
pai de Cazuza.
Neste encontro, eles expõem um "problema" para Marcelo Nova: o nome
da banda atrapalharia a divulgação do primeiro trabalho (nos jornais o Camisa
de Vênus era tratado como "Camisa de…"). Eles sugeriram que o nome
fosse trocado por outro "melhor". Marcelo Nova diz que aceitaria a
troca de nome e propõe que o novo nome seja "Capa de Pica".[1]
Esta reunião selaria
o destino do Camisa de Vênus na gravadora Som Livre e o seu primeiro álbum homônimo, lançado em 1983, teria a distribuição
prejudicada. O álbum continha a música Bete Morreu, que faria sucesso
nacionalmente, mas que, pouco tempo depois, teria a sua execução radiofônica
proibida em todo o território nacional pela Censura.[5]
Após o lançamento, a
banda fica quase um ano sem gravadora, mas acaba assinando com a RGE. Assim, em 1985, sai o segundo álbum
da banda, chamado Batalhões de Estranhos. O disco traz uma banda
mais madura e com melhores recursos de estúdio à sua disposição, o que
proporciona a realização de um som mais polido e menos agressivo. O segundo
álbum da banda traz mais um sucesso radiofônico, Eu Não Matei Joana D'Arc e
eles saem novamente em turnê.
Mudança de Gravadora
Ao assistir um show
da banda, André Midani (diretor da gravadora WEA, na época) vai ao
camarim da banda perguntar o que ele precisava para "contratar aquele
insulto". Fica acertado então que o Camisa de Vênus lançaria um álbum com
o registro ao vivo de um show da turnê, produzido por Pena Schmidt e lançado ainda pelo
selo RGE.[6] Ao
analisar o material, eles decidem lançar um show em Santos, realizado
no dia 8 de março.
Marcelo Nova, que já
tinha experiência de músicas censuradas, decide não enviar o álbum à apreciação
da Censura, que continuava em vigor apesar do fim da ditadura militar.
O álbum Viva foi lançado em 1986 e, quando estava
com cerca de 40 mil cópias vendidas foi recolhido pela Polícia Federal por
ordens da censura. O próprio Marcelo Nova presenciou cópias de seu disco sendo
recolhidas em São Paulo.[5]
Após este episódio, o
álbum teve oito de suas dez músicas censuradas por conterem linguagem
inapropriada. Entretanto, com a volta às vendas, apesar da proibição de
execução radiofônica e, talvez, devido ao impulso conseguido com as notícias da
censura do álbum, suas vendas atingem a marca de 180 mil. É o segundo álbum ao
vivo mais vendido do rock nacional dos anos 80, só perdendo para o disco Rádio Pirata Ao Vivo, do RPM.[7]
Ainda em 1986, entram
em estúdio novamente e gravam o álbum Correndo o Risco,
o primeiro pela gravadora Warner. O álbum é produzido por Pena Schmidt
continuando a parceria que se encerraria apenas com o fim da banda. Ele vende
300 mil cópias e a música Só O Fim torna-se a mais tocada nas
rádios naquele ano.[1] Além
da já citada, são destaques do álbum as músicas Simca Chambord e Deus Me Dê Grana.
Término da banda
Após mais uma turnê,
a banda se reúne em estúdio para gravar um novo álbum. Chamam Raul Seixas para
uma participação, o que resulta na composição e gravação de Muita Estrela,
Pouca Constelação. Marcelo Nova e o Camisa de Vênus conheciam Raul
desde uma apresentação no Circo Voador,
no Rio de Janeiro em 1984, quando foram
informados que Raulzito viria vê-los e acabaram tocando uma seleção de covers
de clássicos do Rock.[8]
Assim, em outubro de 1987, lançam o primeiro
álbum duplo do rock nacional, Duplo Sentido.
A recepção ao álbum é inferior ao último, talvez em reflexo do grande número de
músicas. Apesar disto, as vendas somam cerca de 40 mil, mesmo sem uma grande
turnê de divulgação.
Desde o disco
anterior da banda, Marcelo Nova vinha pensando em sair para seguir novos rumos.[1] Também
as relações entre os membros estavam desgastadas pelos vários anos de
convivência.[1]Então,
logo após o lançamento deste álbum, ele anuncia à banda que estava deixando o
grupo para seguir carreira solo, mas que eles poderiam continuar se quisessem.
Entretanto, os demais membros decidem encerrar a carreira do grupo.[1]
Volta em 1995
Em meados de 1995, Karl Hummel ligou
para Marcelo Nova querendo voltar com a banda. Para convencer Marcelo Nova
disse que tinha ouvido outro dia na TV que o Skank era a
"nova sensação do rock nacional" e que, por isso, eles precisavam
voltar.[9] Eles
chamam Robério Santana para reassumir o baixo, mas Gustavo Mullem e Aldo
Machado decidem não participar. Gustavo Mullem estava trabalhando no exterior e
Aldo Machado tornou-se cristão e não desejava mais tocar com o Camisa.[1]
Para completar a
banda, Marcelo Nova reúne metade do Camisa de Vênus original com metade da sua
banda de apoio do álbum A Sessão sem Fim. Assim, completam a formação
dois músicos antológicos do rock nacional, Luis Sérgio Carlini na guitarra solo e Franklin Paolillo na
bateria, além de Carlos Alberto Calazans nos teclados,
músico que acompanhava Marcelo Nova desde a sua saída do Camisa de Vênus.
Carlini havia sido o
guitarrista do Tutti Frutti, a banda de Rita Lee nos anos 70 após
a sua saída dos Mutantes e Paolillo tocou com Carlini no Tutti Frutti,
participando do álbum Fruto Proibido, e também na formação original
do Joelho de Porco.
Com esta nova
formação o Camisa inicia uma série de shows e assina com a Polygram um
contrato para o lançamento de 2 álbuns. Assim, ainda em 1995, gravam um show
realizado no Aeroanta, em São Paulo, e lançam o álbum ao vivo Plugado!.
O álbum teve boa repercussão, apresentando o Camisa para uma nova geração de
fãs.
Para consolidar esta
fase, no ano seguinte, a banda entra em estúdio para gravar o disco Quem É Você?. Este álbum conta com a
participação de Eric Burdon, lendário vocalista do The Animals,
dividindo os vocais com Marcelo Nova e, também, produzindo um cover de Don't Let Me Be
Misunderstood. Além disto, conta também com a participação dos Raimundos na
faixa Essa Linda Canção, que
recebeu grande repercussão na MTV.
Após um ano em turnê,
Marcelo Nova decide terminar com o Camisa de Vênus novamente e voltar com a sua
carreira solo, no ano seguinte.
Reunião em 2004
Em janeiro de 2004, a banda se reúne
para tocar na 6ª edição do Festival de Verão de
Salvador e, também, para realizar outros shows. O Camisa se
apresenta com Marcelo Nova, Karl Hummel e Gustavo Mullem, da formação original,
e mais Lu Stopa no baixo, Johnny Boy nos teclados e guitarra
adicional, e Denis Mendes na bateria como banda de
apoio.
É gravado um DVD ao vivo com
a apresentação do Camisa de Vênus no festival de verão que é lançado no mesmo
ano. Ao fim do ano, o Camisa de Vênus volta a se separar
Reunião em 2007
Em 2007, se reúnem
para uma turnê com alguns shows pelo Brasil, e também
gravam um DVD ao vivo a partir
de um show em Divinópolis. Nesta reunião a banda é formada por Marcelo Nova,
Karl Hummel, Robério Santana e Gustavo Mullem, da formação original, mais Luiz
Carlini e Denis Mendes.
Sem Marcelo Nova
Agora em 2009, a banda anuncia a
volta oficial, porém, não conta com a presença do vocalista Marcelo Nova, do
baterista original Aldo Machado e nem do baixista Robério Santana. Ambos foram
substituídos por Eduardo Scott (ex-Gonorréia)
nos vocais, Louis Bear na bateria, e Jerry
Marlon, no baixo. Recentemente, a banda lançou de forma independente a
coletânea Mais Vivo do Que Nunca,
com Scott interpretando os clássicos que foram eternizados na voz de Marcelo.
Atualmente
§ Eduardo Scott: vocal.
§ Gustavo Mullem:
guitarra solo.
§ Karl Hummel: guitarra
base.
§ Jerry Marlon: baixo.
§ Louis Bear: bateria.
Videografia
§ 2004 - Ao Vivo -
Festival de Verão Salvador
§ 2007 - Ao Vivo em Divinópolis